sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

ADEUS MEU BOLINHO PREFERIDO


Como diria o poeta, “A vida não para, não cessa não, não para”, logo só me resta seguir em frente, e as transformações na minha vida vão acontecendo com uma velocidade espantosa e vou tentando me enquadrar, me adaptar a essa nova configuração do MEU NOVO MUNDO. 

Lembro com saudade daquilo que foi a primeira mudança, muito sentida por mim e também pela minha família, provocada pelo DIABETES, que foi a extinção do tradicional bolo que minha esposa (que por acaso tem dotes culinários privilegiados), fazia todos os sábados. Eram delícias de todos os tipos e sabores, onde o saber dos livros de receita herdados da mãe e da avó dela eram experimentados em sua plenitude. O que dizer do bolo de nada, com certeza o meu preferido, denominação esta que fora dada para o bolo sem recheio, mas que nem por isso era menos delicioso, do bolo de chocolate, nossa que coisa boa, muito gostoso, e do bolo formigueiro então, hum, que maravilha, um verdadeiro espetáculo, só para falar dos mais pedidos e apreciados pelos integrantes do clã, que se tornaram figurinhas repetidas e carimbadas de nossa breve história gastronômica. De tão maravilhosos que eram, esses saudosos bolos quase sempre não chegavam até a segunda feira, para assim serem consumidos na hora do café da manhã, a não ser que fosse feita uma prévia reserva de uma ou mais fatias com essa finalidade. Minha filha mais velha, uma formiguinha por natureza, que o diga. 

Será justo que os demais membros de minha família sejam privados de algo tão singelo e prazeroso para que eu não me sinta tentado a burlar o meu controle da glicose e então não venha a cometer esse ou qualquer outro tipo de exagero? (PRAZER DA CARNE). Sinceramente acho que não. Por outro lado, não posso esquecer que as minhas duas filhas têm por força da hereditariedade uma predisposição, mesmo que longínqua, de contrair a doença. “Que Deus as deixem fora DISSO”. Logo é muito salutar que elas, mesmo agora diante da plenitude de sua juventude, comecem a adotar hábitos e costumes bem mais saudáveis, que possam delegar-lhes uma longevidade e uma melhor qualidade de vida.

A conclusão dessa história é que definitivamente a mudança não acontece somente na minha vida, no meu corpo, mas na verdade todos os integrantes da família do DIABÉTICO são direta ou indiretamente, de uma forma ou de outra, afetados pelas causas e também pelos efeitos dessa “márdita” doença. Logo é muito importante que todos estejam atentos a tudo que diz respeito ao universo da mesma, de uma forma responsável e segura, sem estresse e pavores excessivos, para que isso não venha a se tornar uma nova fonte de sofrimento para todos.

Rodolfo Cerveira

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