quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A SAUDADE DO SONO DE OUTRORA E AS DORES DO SONO DE AGORA


Bons tempos aqueles em que eu literalmente “morria todas as noites e renascia na manhã seguinte”. O uso dessa expressão não é um exagero, absolutamente não, mas é bastante apropriado para definir o quão era pesado e o quanto era reconfortante e satisfatório o sono de outrora, nos meus primeiros anos de vida, durante a minha adolescência, enfim durante toda a minha juventude. Pra ser bem sincero, até os 40 anos isso era uma doce realidade, se bem que mesmo sem saber, desde os 36 anos eu já sentia os prenúncios de uma considerável Hérnia de disco lombar que definitivamente entrou na minha vida por volta dos 41 anos. Portanto apesar de não ser capaz de reconhecer tais sinais, eles já se faziam presentes, porém só após a primeira crise aguda e mediante o diagnóstico médico pude verdadeiramente identificá-los.

Com o susto da descoberta e o sofrimento causado pela primeira crise, que durou exatos 21 dias de dor, que foram finalmente extirpados com a ajuda de uma mistura mágica de muita fisioterapia, descanso e medicação, só me restou uma atitude drástica. Perder 12 quilos com a adoção de uma dieta controlada, caminhadas regulares e uma mudança de postura relativa a alguns hábitos agora proibidos para um herniado, tais como carregar peso excessivo, evitar atividades e alto impacto e etc...

Nos primeiros tempos a coisa funcionou muito bem, mas no final do segundo ano eu já havia recuperado boa parte do peso e a periodicidade das atividades físicas foi ficando cada vez mais espaçada. Resultado os problemas relativos a qualidade do sono começaram a se mostrar de forma mais aguda, as doces tardes de domingo em que ficava deitado a frente da televisão curtindo o futebol e os demais programas esportivos que se estendiam até a metade da noite, se tornaram extremamente proibitivas, sob pena de inviabilizar inteiramente “o bom descanso” da noite em questão, Já que o longo tempo deitado provocava incômodos significativos nas minhas costas e parte posterior das pernas.

Depois esses incômodos se tornaram dores e dessa forma passaram a exercer uma influência muito grande no meu humor, na minha qualidade de vida. Pois eles me fazem trocar de posição intermináveis vezes por noite, literalmente me roubando a qualidade do descanso mais profundo, me relegando a uma zona bem mais superficial, na qual não me é possível desligar completamente, pois a cada virada ou mudança de posição praticamente acordo.

Eis que então surge a DIABÉTES na minha vida, e como consequência dos remédios dela advindos, passo a agregar a minha rotina muito a contragosto é claro, o fato de levantar quase todas as noites, pelo menos uma vez, para fazer xixi, em função das características diuréticas dos referidos medicamentos. Nesse momento a coisa realmente pegou, pois como eu sempre tive e ainda tenho uma dificuldade enorme de voltar a dormir depois de uma ida ao banheiro, ele se tornou mais um fator de depreciação da qualidade do meu sono. QUE MERDA!

Hoje prestes a completar 53 anos tenho ainda mais consciência da minha responsabilidade sobre essa situação, pois a experiência que me fora legada pelo exercício desse infortúnio me trouxe a certeza de que a resolução do quadro acima descrito basicamente é a adoção de uma atividade física regular e constante, que ainda não consegui implantar, mas que continuo perseguindo com todas as minhas forças. E espero sinceramente alcançá-lo.


Rodolfo S Cerveira

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