Bons tempos aqueles em que
eu literalmente “morria todas as noites e renascia na manhã seguinte”. O uso
dessa expressão não é um exagero, absolutamente não, mas é bastante apropriado
para definir o quão era pesado e o quanto era reconfortante e satisfatório o
sono de outrora, nos meus primeiros anos de vida, durante a minha adolescência,
enfim durante toda a minha juventude. Pra ser bem sincero, até os 40 anos isso
era uma doce realidade, se bem que mesmo sem saber, desde os 36 anos eu já sentia
os prenúncios de uma considerável Hérnia de disco lombar que definitivamente
entrou na minha vida por volta dos 41 anos. Portanto apesar de não ser capaz de
reconhecer tais sinais, eles já se faziam presentes, porém só após a primeira
crise aguda e mediante o diagnóstico médico pude verdadeiramente identificá-los.
Com o susto da descoberta e
o sofrimento causado pela primeira crise, que durou exatos 21 dias de dor, que
foram finalmente extirpados com a ajuda de uma mistura mágica de muita
fisioterapia, descanso e medicação, só me restou uma atitude drástica. Perder
12 quilos com a adoção de uma dieta controlada, caminhadas regulares e uma
mudança de postura relativa a alguns hábitos agora proibidos para um herniado,
tais como carregar peso excessivo, evitar atividades e alto impacto e etc...
Nos primeiros tempos a coisa
funcionou muito bem, mas no final do segundo ano eu já havia recuperado boa
parte do peso e a periodicidade das atividades físicas foi ficando cada vez
mais espaçada. Resultado os problemas relativos a qualidade do sono começaram a
se mostrar de forma mais aguda, as doces tardes de domingo em que ficava deitado
a frente da televisão curtindo o futebol e os demais programas esportivos que
se estendiam até a metade da noite, se tornaram extremamente proibitivas, sob
pena de inviabilizar inteiramente “o bom descanso” da noite em questão, Já que
o longo tempo deitado provocava incômodos significativos nas minhas costas e
parte posterior das pernas.
Depois esses incômodos se
tornaram dores e dessa forma passaram a exercer uma influência muito grande no
meu humor, na minha qualidade de vida. Pois eles me fazem trocar de posição
intermináveis vezes por noite, literalmente me roubando a qualidade do descanso
mais profundo, me relegando a uma zona bem mais superficial, na qual não me é
possível desligar completamente, pois a cada virada ou mudança de posição praticamente
acordo.
Eis que então surge a
DIABÉTES na minha vida, e como consequência dos remédios dela advindos, passo a
agregar a minha rotina muito a contragosto é claro, o fato de levantar quase
todas as noites, pelo menos uma vez, para fazer xixi, em função das
características diuréticas dos referidos medicamentos. Nesse momento a coisa
realmente pegou, pois como eu sempre tive e ainda tenho uma dificuldade enorme
de voltar a dormir depois de uma ida ao banheiro, ele se tornou mais um fator
de depreciação da qualidade do meu sono. QUE MERDA!
Hoje prestes a completar 53
anos tenho ainda mais consciência da minha responsabilidade sobre essa
situação, pois a experiência que me fora legada pelo exercício desse infortúnio
me trouxe a certeza de que a resolução do quadro acima descrito basicamente é a
adoção de uma atividade física regular e constante, que ainda não consegui
implantar, mas que continuo perseguindo com todas as minhas forças. E espero
sinceramente alcançá-lo.
Rodolfo S Cerveira
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