A vida é realmente muito interessante, verdadeiramente instigante
sob todos os aspectos, com uma dinâmica muito acentuada, onde as mudanças de
rumo e de prumo são sempre carregadas de muito envolvimento físico e espiritual
do ser envolto na questão. Ao mesmo tempo que exerce um intenso fascínio sobre
a humanidade pela sua complexidade, também carrega em sua essência uma
simplicidade surpreendente. Talvez esse seja o grande mistério da vida dos
seres “ditos humanos” que habitam esse espaço físico de onde vos falo, melhor
dizendo de onde vos escrevo essa breve resenha.
Desde que nascemos as mudanças vão acontecendo sistematicamente,
queiramos ou não, e só nos é dado o direito de reconhecê-las e incorporá-las ao
nosso DIA A DIA, da melhor maneira que pudermos, sob pena de não nos
encontrarmos no transcorrer desse processo. Mudanças pequenas, grandes, melhores,
piores, desejadas, inesperadas, extemporâneas, superficiais, profundas, enfim
um emaranhado de novas situações que nos deixam extasiados com a abundante oferta,
mas que também nos deixam apreensivos acerca de como elas poderão influenciar
no desenrolar de nossas existências.
O que dizer quando o anúncio que nos é feito diz respeito
ao fato de estarmos diante de uma doença crônica incurável, como o diabetes,
que a priori provoca inúmeras mudanças de vida, de comportamento, de reação e
sobretudo de mentalidade em relação a própria vida e ao mundo que nos rodeia. É
claro que não se trata de uma sentença de morte, - se bem que se não for levada
a sério pode muito bem vir a ser – mas que causa um grande impacto (é uma PUTA
PORRADA), no nosso “estômago”, em
todo o nosso ser.
Não só as grandes transformações são muito sentidas por
nós, mas acredito que as pequenas também tem um significativo potencial de
desgaste e de sofrimento que vai nos afetando dia após dia e consequentemente
vai diminuindo o espectro do chamado PRAZER DE VIVER. Para tentar materializar essa
questão, vou recorrer a uma situação de minha NAÕ TÃO DOCE VIDA, que diz
respeito ao fato de que já há algum tempo tenho na porta de meu carro uma certa
bolsa de utilidades, contendo vários itens tais como: cortador de unha, fio
dental, escova de dentes, pasta de dentes, lenços de papel, um recipiente com
água, uma colônia, guardanapos, palito de dente, tesoura, alicate de unha, uma
pequena lanterna, um pequeno canivete multi uso, enfim uma série de coisas que
basicamente me auxiliavam nas mais diversas necessidades e apuros aos quais a
vida moderna nos submete. Particularmente no exercício de uma atividade
extremamente prazerosa, o consumo de guloseimas (roscas, beijo de moça, uma boa
cocada, biscoitos de amendoim, especificamente na cidade de Belém do Pará - o
consumo de frutas muito saborosas, como a pupunha e o jambo - e outras “cositas
mais”), que normalmente são comercializadas nos semáforos das grandes cidades
brasileiras. A redução drástica dessa atividade, até mesmo sua quase extinção, que
não deixa de ser apenas uma singela modificação
comportamental, causou uma significativa
perda na minha percepção de prazer global.
Diante de tudo que foi dito é preciso estarmos sempre
atentos para o fato de que toda e qualquer mudança e ou transformação pelas
quais sejamos expostos, principalmente quando é proporcionada por eventos
alheios a nossa vontade, por menor que seja, acaba influenciando positiva ou
negativamente no desenrolar de nossas vidas, e o melhor gerenciamento dessa influência
e das consequências desse processo depende muito mais de cada um de nós do que
do das outras pessoas ou até mesmo do universo em que estamos inseridos. É
importante refletir sobre essa questão.
Rodolfo S Cerveira
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