O ovo é uma tradição antiga que surgiu antes de Cristo.
Na Europa, as pessoas trocavam ovos no Equinócio de 21 de março para celebrar o
fim do inverno e o início da primavera. Quando a Páscoa cristã começou a ser
celebrada, o costume da troca de ovos foi incorporado a Semana Santa, pois os
cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo. Naquele
momento as pessoas trocavam ovos de galinha decorados, e a tradição dos ovos de
chocolate surgiu na França, e a partir do século XIX, os ovos doces tomaram
conta da comemoração. Já a tradição do Coelho da Páscoa é algo mais recente,
surgiu no século XVI, na Alemanha. O animal foi associado à Páscoa porque se
reproduz rapidamente e simboliza fertilidade e vida nova.
A Páscoa tem realmente um significado muito maior do que
qualquer credo ou religião, do que qualquer ideologia ou pensamento teológico
em particular, afinal é um símbolo de renascimento do amor entre os seres
humanos, ou pelo menos deveria ser, penso eu! Trata-se de uma bela chance que a
humanidade tem para reavaliar suas posturas e ideias acerca do que vem a ser o
mistério da vida por si só, o amor ao próximo em sua essência, de perceber a
capacidade de doação que cada um de nós tem e muitas vezes nem se dá conta
disso, enfim é uma ocasião única, carregada de magia e significados especiais,
que todos nós precisamos aprender a valorizar e celebrar com maior dignidade e
respeito aos preceitos da vida assim como tal a conhecemos.
Há pouco mais de dez anos, a Páscoa adquiriu para mim um
sentido ainda mais forte de renovação da vida, pois em uma terça feira, prenúncio
de uma Semana Santa, recebi o diagnóstico de que minha filha mais nova estava
com dengue e em função disso teve que ser internada em caráter emergencial em
um hospital. Foram dias muito difíceis de tamanha incerteza e medo, pois ao ver
minha filha extremamente fragilizada, sem conseguir se alimentar, só contando
com o soro, a possibilidade de perdê-la esteve me assediando muito fortemente,
e também porque percebi nas entrelinhas dos médicos que se tratava de uma dengue
hemorrágica. Não preciso descrever o tamanho do meu PAVOR, mesmo porque não
saberia fazê-lo. Mas o importante a ser dito é que no domingo, naquela páscoa,
recebi o melhor presente de páscoa da minha vida, ela melhorou e recebeu alta.
Lembro-me bem, pois jamais conseguirei esquecer da cena, pois quando chegamos
em casa e após a acomodá-la no quarto, sentei-me na poltrona da sala e cai num
choro incontrolável, verdadeiramente libertador, que poderia muito bem ser
traduzido por uma mistura de sentimentos muito extensa: alegria, FÉ, tristeza,
gratidão, alívio, extrema felicidade, enfim um “mix” de sensações que
efetivamente me derrubaram e ao mesmo tempo me puseram novamente de pé, na
verdade eu diria que foi uma “viagem rápida, mas com extrema intensidade”, que
graças ao bom Deus terminou bem.
Vencida essa enorme provação, algum tempo depois eis que
aparece em minha vida, o diabetes, PORRA, que inferno, principalmente para um
chocolatra inveterado como eu. Pois se normalmente eu já consumia bastante
chocolate, durante a páscoa o “Chocolatômetro de plantão” batia lá em cima, com
certeza. Fazer o quê, como diria uma expressão consagrada por uma comediante
global, “isso não te pertence mais”, é um fato inexorável e irrefutável, mas
nem por isso deixa de ser cruel, muito CRUEL. Brincadeiras à parte, também não
é tão indispensável assim o consumo de um bom chocolate, seja na páscoa ou em
qualquer época do ano, dá sim pra continuar levando a vida sem ele, quer dizer
uma pequena transgressão esporádica, principalmente na páscoa, deve ser permitida.
Por outro lado consumir o chamado chocolate diet ou sem açúcar é algo
inimaginável, é muito ruim, é uma “bosta”, é como comer uma banana sem tirar a
casca, é com certeza algo que não será agregado a minha rotina, “jamé, never!”.
Vale lembrar ainda que nem só de chocolate se faz a mesa de um domingo de
páscoa, afinal há muitas outras guloseimas que assombram um pobre diabético, e
que fazem deste um dia de muitas provações a serem vencidas. Então que venham
as delícias da vez, mas sem exageros, combinado?
Só para fechar essa breve resenha gostaria de reforçar
que na minha humilde opinião, a páscoa é verdadeiramente muito especial, é uma
época de renascimento, de renovação do nosso espírito, do nosso EU interior, ou
pelo menos poderia e ou deveria ser, afinal é uma ótima oportunidade para tal, “Non
é vero?”
Saudações!
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