“O sábado foi feito para o homem, e não o
homem para o sábado.” Expressão cravada em um Evangelho que narra a
cena dos discípulos de Jesus, em um sábado, arrancando espigas de trigo e
comendo, pois a fome os assolava, mesmo diante do protesto dos fariseus, pois era
proibido trabalhar no sábado. Segundo a Mishná, que era uma recopilação das
tradições rabínicas, trabalhar na colheita era uma das trinta e nove maneiras
de violar o sábado. Em resumo foi uma lei criada para celebrar a libertação da
escravidão egípcia, e não havia tempo de descanso.
Achei interessante a menção aos escritos religiosos
acima, para demonstrar quanta significação o SÁBADO carrega em si mesmo, e portanto
tamanha é a importância que tem para todos os povos, independente de suas
crenças, ideologias, culturas, do espaço físico que ocupam no planeta e de qual
é a sua origem.
Entrando na orbita do diabético “qui”, não posso negar
que também sempre mantive com o “sabadão” uma relação muito especial, e por que
não dizer mágica mesmo, afinal sempre foi um dia muito esperado e comemorado,
em que a princípio não havia os compromissos formais, como a escola e depois o
trabalho. Que sempre esteve ligado ao prazer da prática de esportes, pela manhã
as intermináveis partidas de duplas de Voleibol no clube, de tarde a sagrada
BOLA (o futebol com os amigos), que por sua vez, na quase totalidade do tempo
era sinônimo de diversão pura, satisfação na sua essência mais sublime. Para
completá-lo e deixá-lo ainda mais intenso e mágico, tinha as noites sempre
regadas a muita música e muita dança, que sempre foi uma enorme paixão e que
tanto bem fazia a este “ser humaninho” que vos escreve. Olhando pra trás fica
difícil imaginar como eu tinha “PIQUE”, para tamanha atividade. Que saudade!
Como isso tudo era bom. Queria eu poder viver esses momentos novamente com a
experiência de hoje. Acredito que o “suco extraído dessa fruta seria muito mais
gostoso e rico de nutrientes e proteínas.”
Epa! não se enganem, isso aqui não é uma sessão de
saudosismo puro e barato, absolutamente, apenas preciso admitir que as coisas
mudam, que o tempo é outro, que na verdade sou uma pessoa diferente e que
apesar de continuar gostando da mesma forma das mesmas coisas, dos esportes em
geral, em especial do Voleibol, do Futebol e principalmente da dança, já não
tenho como manter a mesma rotina de outrora, pois de todas as atividades
daquela época, hoje preciso escolher uma para fazer sem que tenha maiores
problemas de ordem física, kkkkkkk. O que de fato não diminui a satisfação é
bem verdade.
Neste exato momento aproveito para deixar uma informação
digamos auspiciosa, há quase um mês consegui tirar da cartola uma velha
vontade, por muito tempo relegada a um segundo plano, deixada de lado, enfim
agora é real, estou tendo aulas de dança de salão. Não se trata só de uma
atividade em que terei relativos gastos calóricos, alcançando melhorias em meu
estado físico em geral, mas é também uma comunhão a mais com a minha querida
parceira de todas as horas.
Desde os primórdios de minha existência, caramba estou
parecendo um historiador, mas enfim vamos lá, havia também aquelas atividades
menos digamos assim INTERESSANTES, próprias do sábado, como àquelas tarefas
corriqueiras e intransferíveis de interesse da casa, da família, que minha mãe
e ou pai me delegavam e que certa dose de desconforto geravam face a tão pouca
sabedoria e a menor ainda experiência de vida do momento. Com o passar dos anos
já no convívio da família e no lar criado por mim e pela minha parceira,
incorporei algumas dessas mencionadas tarefas, que nem por isso se tornaram
mais interessantes, mas que a maturidade me trouxe a clareza de sua extrema
necessidade. Enfim nem só de pão e circo vive o homem, afinal o sábado é também
um dia de trabalho SIM, como não?
Rodolfo S Cerveira
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