domingo, 12 de março de 2017

A IMPOTÊNCIA E O TRAUMA PÓS ASSALTO


Antes de mais nada preciso pedir sua compreensão afinal como já foi amplamente dito, este espaço foi criado para falar das agruras da vida de um diabético, especificamente sob a ótica do doente, mas na verdade não pude deixar de registrar um fato tão marcante da minha existência, que no fundo acredito não configurar um desvio de foco do ideário precípuo do BLOG.

A vida moderna nos impõe situações estarrecedoras e muito perturbadoras, que nos deixam marcas profundas que muitas vezes não conseguimos ver “ a olho nú”, mas que independente da nossa vontade, estão e lá ficarão por muito tempo, quiça pra todo o “nosso sempre” aqui neste plano. Os dois assaltos a mão armada a que fui submetido são exemplos claros do tipo de evento ao qual me refiro. São situações extremas que nos remetem a um grau de “incivilidade” assustadora, brutal, que nos causa uma enorme desilusão acerca do futuro da humanidade, se é que realmente essa denominação ainda pode ser-lhe devidamente aplicada.

Em tempos difíceis, no meio de uma PUTA crise financeira, com muito pouco trabalho à vista, a cabeça carregada de problemas, logo só nos resta criar situações para de repente desanuviar um pouco, como exemplo fazer uma atividade com um relativo gasto calórico, carregada de um grande prazer. Vamos para uma academia ter uma aula de dança e no meio desta aparecem duas “bestas” de arma em punho e nos submetem a uma situação de subjugação extrema, subtraem alguns bens materiais (que no frigir os ovos é a parte com menor importância), e também o que de mais precioso ainda nos resta, digo melhor, um pouco da crença e da esperança de que dias melhores ainda poderão vir. Será mesmo?

A percepção geral da sociedade acerca deste acontecimento em linhas gerais o coloca na categoria de “fato comum”, rotineiro que acontece com muitas pessoas todos os dias neste imenso país. Mesmo sendo a realidade “dura e crua” dos nossos tempos, não podemos adotar uma atitude de conformação perante a tamanha deformação do indivíduo e principalmente da degradação recorrente da malha social brasileira. Algo precisa ser feito nesse sentido o mais rápido possível, sob pena de nos perdermos totalmente nesse emaranhado de conflitos.

Peço desculpas pelo desabafo e pela desilusão, mas confesso que em outros tempos jamais pensei em sair deste país, pois acreditava ser minha obrigação participar da sua mudança, da sua melhora, mas hoje a desilusão é tamanha que estou convencido que este país definitivamente não tem mais jeito, o seu grau de deterioração é tão extenso que alguns fatores fundamentais de sua formação estão altamente comprometidos. É muito comum vermos as pessoas apontarem seus dedos para os políticos e para os empresários envolvidos em falcatruas que são expostos diariamente nos meios de comunicação, mas elas não se dão conta de que foram justamente elas que os levaram ao poder e que quando tiveram a chance de tirá-los, nada fizeram. São elas também que não se furtam a pequenos atos igualmente condenáveis tais como, furar uma fila, levar uma vantagem em determinada situação, ceder a pequenas corrupções do dia a dia como pagar a um franelinha para conseguir aquela vaga tão cobiçada, pagar uma quantia a um guarda de trânsito para evitar uma multa, enfim pequenos desvios de comportamento que queiramos ou não são fundamentais para a formação e consolidação dos princípios de uma sociedade. Trata-se de uma crise moral, familiar e principalmente institucional. Não podemos continuar neste SALVE-SE QUEM PUDER.


Rodolfo S Cerveira

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