Um componente indispensável na vida de um ser humano é a
PAIXÃO, ou seja, em todos os momentos, em todos os atos e fatos da sua
existência ela deve estar presente, de preferência sempre com maior peso e
abrangência do que os demais fatores a serem considerados. Das pequenas coisas
aos grandes atos, enfim tudo pode e deve ser feito de uma maneira mais eficaz,
com um maior nível de comprometimento se o ingrediente “mor” for a paixão.
Na fase intrauterina já temos o primeiro contato com sua
forma mais sublime e verdadeira (a mais forte e duradoura de que temos notícia
nesta “Bagaça” terrena). Na medida em que vamos crescendo - na verdade deveríamos
estar nos desenvolvendo, infelizmente nem sempre isso é verdade, é bom que se
diga – vamos exercitando as primeiras formas conhecidas de paixão e novas
maneiras e jeitos vão se mostrando, se apresentando diante de nós, por assim
dizer, quase se materializando. Mas por mais paradoxal que pareça a vida também
vai nos tornando mais rígidos, mais seletivos, mais pragmáticos, quase que
insensíveis a essas variadas nuances desse componente tão vital para nossa
breve passagem por aqui. Se não nos mantivermos bastante vigilantes vamos
acabar cada vez mais distantes não só de sua essência, mas também de nossa
própria natureza, pois a paixão é um dos principais fatores de sustentação e de
definição do ser “dito humano”.
No mundo tão volátil e extremamente impessoal em que
vivemos, onde tudo é imediato e temporário, pois o contexto muda muito rápido e
a todo instante surgem novos olhares, novos “pensares”, novos fazeres, muitas
pessoas vão levando suas vidas, desenvolvendo suas atividades, criando e tecendo
seus relacionamentos, sem ter consciência da importância e da relevância da
paixão na formação e consolidação de seu universo e principalmente na
formatação de sua personalidade, que de fato pode ser “transmudada” e “quiça” aperfeiçoada até os últimos dias de suas existências.
Todas as nossas ações se tornam verdadeiramente melhores
quando conseguimos empregar toda a força de nossa paixão no processo de suas
execuções, quando nos relacionamos com as outras pessoas, quando cozinhamos
para nós mesmos ou para os outros, quando ingerimos um alimento que fora
preparado por outra pessoa, quando fazemos qualquer atividade que nos traga
prazer e satisfação, quando realizamos o trabalho que tanto amamos e até mesmo
quando estamos fazendo aquela atividade pela qual tão pouco apreço temos, mas
que por força das circunstâncias somos impingidos a realizá-la da melhor
maneira possível e nesse caso a paixão se reveste ou se transmuta em
comprometimento. Afinal somente dessa maneira poderemos legitimar os nossos
atos, e depois só pra restabelecer a verdade dos fatos os maiores beneficiados
dessa mudança de paradigma somos nós mesmos, os autores, que só assim poderão
se tornar os reais protagonistas das suas próprias histórias.
Para concluir preciso mencionar também a paixão daquele
“ser humaninho” diabético, - EU aqui também, presente - que apesar de não se
resumir somente a este aspecto de sua vida (sua dieta alimentar, afinal não
somos só o que comemos, eu pelo menos sou capaz de afirmar que não me enquadro
nessa definição. De repente para algumas pessoas isso pode ser uma realidade difícil
de reverter. Faz parte), quase sempre é traduzida em síntese pela sua extrema
necessidade de consumir uma quantidade menor de açúcar, que forçosamente entra
em conflito, muitas vezes brutal, com sua vontade de ingerir certos alimentos e
ou guloseimas bem nutridas do famigerado açúcar em suas mais diversas formas de
apresentação, que em última análise é algo muito traumático e perturbador. Neste
momento é fundamental dizer também que essa paixão deve estar presente na
preocupação que esse mesmo SER tem por sua saúde, pelo seu bem estar, enfim
pela manutenção de sua qualidade e manutenção da vida, e ainda que ela possa
ser plenamente demonstrada nas atitudes e atividades que venham a ser inseridas
em sua rotina e que tenham a capacidade de elevar o nível de comprometimento
consigo mesmo. Tornando verdadeiramente possível a pronúncia da frase EU TENHO
PAIXÃO PELA MINHA VIDA E POR MIM MESMO. É o que é.
Rodolfo S Cerveira
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