O MEDO e a DOR, são nossos principais freios, nossos limites
mais primitivos e íntimos, é a nossa mais bem guardada zona de conflito interna,
com especificidades muito particulares, verdadeiramente únicas para cada ser
humano existente na face da terra. Eles nos acompanham desde que nascemos, muitas
vezes nos auxiliando no processo de aprendizado e crescimento, estabelecendo
limites racionais e até mesmo irracionais para as diversas situações que nos
deparamos. Enfim não há como negar que são parâmetros importantes na nossa formação
e no nosso processo de desenvolvimento, enquanto seres humanos.
Na medida em que vamos crescendo boa parte dos nossos
medos mais simples e primitivos vão ficando para trás, em contrapartida durante
o processo de nosso “pseudo crescimento”, há o surgimento de outros medos bem
mais complexos, carregados de características bem mais perturbadoras na sua forma
e na sua essência. De qualquer forma a convivência “sadia e respeitosa” com os nossos
medos é fundamental para se chegar a uma existência plena e qualitativa.
O imaginário popular acerca dos medos provocados pelas
doenças crônicas, em especial pelo DIABETES, principalmente para os que não são
diabéticos, esta intimamente ligado a uma relação de causa e efeito bastante
incipiente, pode-se dizer simplória mesmo, onde na maioria das vezes são elencadas
apenas algumas consequências da doença que podem levar a problemas graves, tais
como, a perda da visão, a possibilidade de amputação de membros, insuficiência
renal, doenças cardiovasculares(infartos do miocárdio e acidentes
cardiovasculares cerebrais, a disfunção erétil), só para citar os mais
conhecidos. Na verdade esse “saber” tão superficial da grande maioria da população
brasileira em relação às doenças crônicas é profundamente lamentável, assim
como é inaceitável o “pouco caso” que as autoridades demonstram no que diz
respeito a promover uma mudança nesse quadro de profunda ignorância em relação
a um assunto de tamanha importância.
O fato é que depois que você atravessa a linha divisória,
e passa a ser um diabético você começa a ver essas possíveis consequências com
um olhar mais apurado e então passa a se interessar por informações mais
abalizadas, e mais completas, sobre esses MEDOS, para que eles não venham a se
transformar em grandes PAVORES ou ainda pior em grandes DORES. E aí você
percebe que eles não tem uma receita pronta, ou seja, eles não surgiram de
repente, do acaso, do jeito que você os identificou pela primeira vez, mas foi através
de um processo longo que teve começo, meio e fim. O começo com certeza não foi
o dia que você bateu de frente com a doença, independente da maneira como foi, não
mesmo, e sim o dia em que você nasceu, trazendo sua carga genética, afinal a
principal característica desse processo é sua capacidade acumulativa. O meio é rigorosamente
tudo aquilo que você viveu até aqui (até o momento da sua tomada de
consciência), todas as suas experiências, toda a bagagem adquirida nesses anos,
e o fim, bom este é o que realmente deve lhe interessar, afinal é literalmente
tudo o que você pretende fazer a partir de hoje para levar uma vida com muito
mais qualidade, e assim só depende de você determinar o quão mais lenta ou
avassaladora será essa “coisa toda”.
Fazendo uma breve analogia com o processo de surgimento
dos medos acima mencionados, podemos constatar que as consequências do diabetes
também não surgem da noite para o dia, ou seja, elas vão sendo construídas
pouco a pouco, dia a dia, e depende muito mais de você do que dos outros buscar
meios, caminhos mais satisfatórios, que possam melhorar sua trajetória
significativamente e portanto possam levá-lo na direção de um “VIVER MELHOR”.
Pense nisso!
Rodolfo S Cerveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário