terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

OS MEUS, OS SEUS E OS NOSSOS MEDOS OCULTOS



O MEDO e a DOR, são nossos principais freios, nossos limites mais primitivos e íntimos, é a nossa mais bem guardada zona de conflito interna, com especificidades muito particulares, verdadeiramente únicas para cada ser humano existente na face da terra. Eles nos acompanham desde que nascemos, muitas vezes nos auxiliando no processo de aprendizado e crescimento, estabelecendo limites racionais e até mesmo irracionais para as diversas situações que nos deparamos. Enfim não há como negar que são parâmetros importantes na nossa formação e no nosso processo de desenvolvimento, enquanto seres humanos.

Na medida em que vamos crescendo boa parte dos nossos medos mais simples e primitivos vão ficando para trás, em contrapartida durante o processo de nosso “pseudo crescimento”, há o surgimento de outros medos bem mais complexos, carregados de características bem mais perturbadoras na sua forma e na sua essência. De qualquer forma a convivência “sadia e respeitosa” com os nossos medos é fundamental para se chegar a uma existência plena e qualitativa.

O imaginário popular acerca dos medos provocados pelas doenças crônicas, em especial pelo DIABETES, principalmente para os que não são diabéticos, esta intimamente ligado a uma relação de causa e efeito bastante incipiente, pode-se dizer simplória mesmo, onde na maioria das vezes são elencadas apenas algumas consequências da doença que podem levar a problemas graves, tais como, a perda da visão, a possibilidade de amputação de membros, insuficiência renal, doenças cardiovasculares(infartos do miocárdio e acidentes cardiovasculares cerebrais, a disfunção erétil), só para citar os mais conhecidos. Na verdade esse “saber” tão superficial da grande maioria da população brasileira em relação às doenças crônicas é profundamente lamentável, assim como é inaceitável o “pouco caso” que as autoridades demonstram no que diz respeito a promover uma mudança nesse quadro de profunda ignorância em relação a um assunto de tamanha importância.

O fato é que depois que você atravessa a linha divisória, e passa a ser um diabético você começa a ver essas possíveis consequências com um olhar mais apurado e então passa a se interessar por informações mais abalizadas, e mais completas, sobre esses MEDOS, para que eles não venham a se transformar em grandes PAVORES ou ainda pior em grandes DORES. E aí você percebe que eles não tem uma receita pronta, ou seja, eles não surgiram de repente, do acaso, do jeito que você os identificou pela primeira vez, mas foi através de um processo longo que teve começo, meio e fim. O começo com certeza não foi o dia que você bateu de frente com a doença, independente da maneira como foi, não mesmo, e sim o dia em que você nasceu, trazendo sua carga genética, afinal a principal característica desse processo é sua capacidade acumulativa. O meio é rigorosamente tudo aquilo que você viveu até aqui (até o momento da sua tomada de consciência), todas as suas experiências, toda a bagagem adquirida nesses anos, e o fim, bom este é o que realmente deve lhe interessar, afinal é literalmente tudo o que você pretende fazer a partir de hoje para levar uma vida com muito mais qualidade, e assim só depende de você determinar o quão mais lenta ou avassaladora será essa “coisa toda”.

Fazendo uma breve analogia com o processo de surgimento dos medos acima mencionados, podemos constatar que as consequências do diabetes também não surgem da noite para o dia, ou seja, elas vão sendo construídas pouco a pouco, dia a dia, e depende muito mais de você do que dos outros buscar meios, caminhos mais satisfatórios, que possam melhorar sua trajetória significativamente e portanto possam levá-lo na direção de um “VIVER MELHOR”. Pense nisso!


Rodolfo S Cerveira

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