De onde vem à extrema
onipotência do ser humano quando ele se intitula o ser mais importante do
Universo, quando ele se coloca na posição de centro do mesmo. Fico impressionado
com tamanha desfaçatez, afinal um ser que tem um período de vida que pouco
excede aos 100 anos, pode se colocar em uma posição de superioridade, quando
comparado ao tempo de existência do mundo como um todo, que segundo consta está
ai há alguns milhões de anos. O que leva esse ser, pelo menos sob este aspecto,
tão insignificante, a achar que é o todo poderoso do Universo, depois do
criador, para os que acreditam, é claro.
De certo que essa é uma
questão que sempre me causou estranheza, e mesmo admitindo que sou um cético de
carteirinha, pois custo a crer na existência de extra terrestres como algumas
pessoas apregoam, porém para manter uma certa coerência, acredito que não somos
os únicos habitantes desse planeta, talvez nem mesmo da mesma forma e
apresentação, por assim dizer. De fato devem existir outras formas de vida mais
ou menos desenvolvidas e ou refinadas, enfim no mínimo diferentes de nós.
Então de onde vem essa
enorme pretensão do dIto “ser humaninho” de se achar isso tudo? Difícil de
responder, mas acredito que é algo que merece uma reflexão profunda de todos
nós, afinal precisamos avançar cada vez mais no processo de conhecimento do
lugar onde vivemos e principalmente do ser que habita dentro de cada um de nós.
Não é preciso um esforço
muito grande para perceber as inúmeras manifestações desse comportamento
destrutivo, dessa extrema irresponsabilidade com que o homem trata o espaço em
que vive. Do imenso desrespeito com que trata das questões mais importantes que
dizem respeito a princípio ou mesmo por derivação a ele próprio, a sua
sobrevivência, ao seu bem viver e a continuidade da vida no planeta. Por outro
lado também é preciso salientar que já existe um movimento muito significativo
de uma pequena, mas crescente parte da sociedade mundial, que visa reorientar e
redimensionar essas questões, no sentido de explorar um novo universo de ideias
e ações mais profícuas que com certeza poderão fazer desse mundo um lugar bem
melhor de se viver.
Se considerarmos o universo
micro de um único “ser humaninho”, poderemos perceber que o mesmo não consegue
manter uma mínima coerência nem com as questões mais intimamente ligadas a sua
própria saúde, que pelo menos em tese, seria algo de suma importância para o
mesmo. Entretanto os exemplos de exageros e desrespeitos aos limites do seu
próprio corpo são incontáveis, as agressões as suas condições psíquicas são
igualmente preocupantes, e tudo isso agregado acaba determinando uma condição
de vida muito precária, ceifando na verdade boa parte desta. Vale ressaltar que
isso acontece em todas as camadas da sociedade, independente do grau de
instrução e do poder econômico. Talvez por essa razão as doenças crônicas
tenham encontrado um terreno extremamente fértil para se disseminarem, tornando
o ser humano cada vez mais refém de suas consequências quase sempre tão
devastadoras. A desinformação e até mesmo o acelerado processo de aculturação
da sociedade, que muitas vezes é incentivado pelos próprios governos
constituídos, é a principal chaga a ser combatida para se extirpar esse mal do
nosso tempo.
A onipotência e oniciência
do ser humano tem sua face mais preocupante quando ele acha que é o dono de sua
própria verdade, de sua própria existência. Desprezando as verdades ocultas do
mundo, deixando de lado o respeito à natureza e principalmente promovendo a
desagregação entre os seus pares. Pobre “ser humaninho”.
Rodolfo S Cerveira
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