domingo, 1 de outubro de 2017


De onde vem à extrema onipotência do ser humano quando ele se intitula o ser mais importante do Universo, quando ele se coloca na posição de centro do mesmo. Fico impressionado com tamanha desfaçatez, afinal um ser que tem um período de vida que pouco excede aos 100 anos, pode se colocar em uma posição de superioridade, quando comparado ao tempo de existência do mundo como um todo, que segundo consta está ai há alguns milhões de anos. O que leva esse ser, pelo menos sob este aspecto, tão insignificante, a achar que é o todo poderoso do Universo, depois do criador, para os que acreditam, é claro.

De certo que essa é uma questão que sempre me causou estranheza, e mesmo admitindo que sou um cético de carteirinha, pois custo a crer na existência de extra terrestres como algumas pessoas apregoam, porém para manter uma certa coerência, acredito que não somos os únicos habitantes desse planeta, talvez nem mesmo da mesma forma e apresentação, por assim dizer. De fato devem existir outras formas de vida mais ou menos desenvolvidas e ou refinadas, enfim no mínimo diferentes de nós.

Então de onde vem essa enorme pretensão do dIto “ser humaninho” de se achar isso tudo? Difícil de responder, mas acredito que é algo que merece uma reflexão profunda de todos nós, afinal precisamos avançar cada vez mais no processo de conhecimento do lugar onde vivemos e principalmente do ser que habita dentro de cada um de nós.

Não é preciso um esforço muito grande para perceber as inúmeras manifestações desse comportamento destrutivo, dessa extrema irresponsabilidade com que o homem trata o espaço em que vive. Do imenso desrespeito com que trata das questões mais importantes que dizem respeito a princípio ou mesmo por derivação a ele próprio, a sua sobrevivência, ao seu bem viver e a continuidade da vida no planeta. Por outro lado também é preciso salientar que já existe um movimento muito significativo de uma pequena, mas crescente parte da sociedade mundial, que visa reorientar e redimensionar essas questões, no sentido de explorar um novo universo de ideias e ações mais profícuas que com certeza poderão fazer desse mundo um lugar bem melhor de se viver.

Se considerarmos o universo micro de um único “ser humaninho”, poderemos perceber que o mesmo não consegue manter uma mínima coerência nem com as questões mais intimamente ligadas a sua própria saúde, que pelo menos em tese, seria algo de suma importância para o mesmo. Entretanto os exemplos de exageros e desrespeitos aos limites do seu próprio corpo são incontáveis, as agressões as suas condições psíquicas são igualmente preocupantes, e tudo isso agregado acaba determinando uma condição de vida muito precária, ceifando na verdade boa parte desta. Vale ressaltar que isso acontece em todas as camadas da sociedade, independente do grau de instrução e do poder econômico. Talvez por essa razão as doenças crônicas tenham encontrado um terreno extremamente fértil para se disseminarem, tornando o ser humano cada vez mais refém de suas consequências quase sempre tão devastadoras. A desinformação e até mesmo o acelerado processo de aculturação da sociedade, que muitas vezes é incentivado pelos próprios governos constituídos, é a principal chaga a ser combatida para se extirpar esse mal do nosso tempo.

A onipotência e oniciência do ser humano tem sua face mais preocupante quando ele acha que é o dono de sua própria verdade, de sua própria existência. Desprezando as verdades ocultas do mundo, deixando de lado o respeito à natureza e principalmente promovendo a desagregação entre os seus pares. Pobre “ser humaninho”.


Rodolfo S Cerveira

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