A vida toda nos acostumamos a
ouvir expressões do tipo “a vida é um ciclo”, “a vida dá voltas”, enfim uma
série de frases que em tese simbolizam a dinâmica com que a vida se apresenta
para nós, meros mortais. Mas que na prática representam o acelerado dinamismo
com que ela se mostra e nos envolve de maneira tão avassaladora. De certo que
precisamos estar atentos às diversas transformações, sob pena de perdermos
coisas importantes ou mesmo nos perdermos nesse processo todo.
De fato acredito que o saldo
de tudo que ganhamos e perdemos no transcorrer desse processo ao qual chamamos
de VIDA NOSSA, LOUCA VIDA, já parafraseando um cantor famoso, o que realmente
nos faz falta são as amizades, as verdadeiras amizades, as mais puras
manifestações de amor desinteressado, que seja porque motivo for, vão ficando
pelo caminho deixando um vazio imenso, que incomoda, que dói demais, e que muitas
vezes infelizmente somos incapazes de esboçar uma real tentativa para salvá-las
e ou recuperá-las, seja por orgulho, por amor próprio ou mesmo por pura
incompetência de seres tão imperfeitos que somos.
Já seria uma grande vantagem
se nós conseguíssemos admitir que esse tipo de comportamento nos é tão danoso,
nos causa tamanho mal. Mas para nossa infelicidade, via de regra, passamos pela
vida sem maiores preocupações acerca disso e muitas vezes só nos damos conta
desse fato quando somos submetidos a situações de extrema dor e perda, que de
uma forma ou de outra, nos tocam profundamente e nos levam a repensar os nossos
conceitos e formas de ver a vida. Algumas vezes nos é dado o benefício de uma
segunda chance, se bem que nem sempre isso acontece, ou mesmo em alguns casos,
as pessoas são incapazes de identificar a referida segunda oportunidade, mesmo
que ela esteja tão explicitamente apresentada diante de si.
Quando nos vemos diante do
surgimento de uma doença crônica, no caso específico deste blog, do DIABETES, é
fundamental que passemos a desenvolver a capacidade de nos tornarmos seres um pouco
mais humanos e menos “perfeitos”, como erroneamente e intimamente sempre
pensamos que fossemos, mesmo que jamais tenhamos admitido, até para nós mesmos.
Na verdade, a ideia principal é fazer uma “reengenharia” – nossa, “taí” ela de
novo, palavrinha tão em voga há algum tempo atrás e que agora voltou ao “limbo“
- é reinventar a vida, seus hábitos, conceitos, dieta alimentar, enfim é
definitivamente iniciar uma busca obstinada por uma melhor qualidade de vida,
pelas coisas realmente importantes, por tudo aquilo que tem um verdadeiro significado
para nós. Que nos faz vibrar, sorrir, desejar, amar, emocionar, enfim tudo
aquilo que nos transmite o verdadeiro sentido de estar e continuar vivo.
Retornando ao cerne desta
breve resenha, e indo direto ao ponto crucial, é estritamente necessário que
deixemos de falar do aparecimento da doença em terceira pessoa, como se fosse
uma coisa totalmente fortuita, e que nenhuma influência nós tivemos em sua
chegada. Afinal com ou sem consciência dos nossos atos, sempre fomos parte
importante e de fato determinante para o seu surgimento e posterior desenvolvimento.
Logo nos cabe a partir de então um rigoroso controle para não incorrer no mesmo
erro, pois poucos são os que terão a graça de usufruir de uma terceira chance.
Quem sabe?
Rodolfo S Cerveira
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