segunda-feira, 23 de março de 2020

EM TEMPOS DE QUARENTENA – COVID-19



Em tempos de quarentena face o surgimento do covid-19, em que estamos reclusos em nossas casas, com nossas mentes fervilhando face às más notícias que recebemos via “grande mídia” a cerca das perspectivas para o presente e ainda mais importante para o futuro próximo, não só dos problemas imediatos referentes a saúde, mas principalmente das consequências econômicas nefastas que essa crise pode causar para o país e para o mundo, que de fato são imprevisíveis e apavorantes.

Então não é fácil, nesse momento, manter a calma, a tranquilidade, mas é fundamental não entrar em DESESPERO, PÂNICO, nem muito menos fomentá-lo, para que ele não se instale definitivamente entre nós. Entretanto essa atitude é comumente exercida por algumas pessoas, consciente ou inconscientemente, principalmente via WhatsApp. Essa ferramenta maravilhosa, que foi criada para promover a reunião e o congraçamento entre as pessoas, mas como tudo na vida, muitas vezes tem a sua utilização desvirtuada e acaba provocando grandes transtornos e até mesmo grandes tragédias. Neste sentido é primordial que façamos um hercúleo exercício de não ficar a todo momento nos atualizando das notícias sobre a PANDEMIA via whatsApp, procure usar o aplicativo para diminuir a distância que estamos sendo forçados a manter das pessoas que queremos bem. E principalmente não repasse informações sem a devida análise e conferência de autenticidade, não ajude a fortalecer essa corrente do mal, que infelizmente acaba se formando com a proliferação das conhecidas fake News (mentiras – na nossa bela língua). Eu particularmente adotei a premissa de me atualizar sobre os dados da crise somente em dois momentos do dia, no início da manhã e no final do dia, sempre através das informações provindas dos órgãos oficiais, e não vejo absolutamente nada sobre o assunto no “ZAP”, acho absolutamente desnecessário. Em alguns grupos em que já identifiquei pessoas altamente apavoradas, quase em pânico, já nem abro as mensagens que delas são originadas. Nesses casos procuro retornar informações que possam de alguma forma agregar coisas boas para elas.

Perceba que o ser humano é muito estranho, muito complexo, senão como explicar que mesmo dentro de grupos de pessoas que tem estudo formal considerável e algumas vezes são comprovadamente bem informadas, há aquelas que se deixam contaminar por informações completamente sem sentido, já que se o leitor se der ao trabalho de ler a referida informação, uma segunda e uma terceira vez e em seguida refletir rapidamente sobre ela, no mínimo ele vai desconfiar da inconsistência da mesma, pois a lógica ou talvez outros aspectos que compõem a sua noção de razoabilidade vão fazer com que ele não prossiga com a disseminação daquela informação mentirosa e extremamente danosa a sociedade. Por outro lado é muito fácil entender como a população com menor nível de instrução, que para o nosso azar é a esmagadora maioria no Brasil, é ainda mais vulnerável ao pânico, ao se ver diante de tais informações maléficas e não ser capaz de discernir sobre sua veracidade e nesse caso o dano é aumentado em projeção geométrica, infelizmente.

Há ainda um outro fator que me preocupa muito, que é o fato do ser humano em sua essência ser extremamente egocêntrico e egoísta, e vejam não me refiro especificamente “às bestas radicais” que se dizem de esquerda e de direita que continuam a se digladiar nas redes sociais e até mesmo pessoalmente, e sim as demais pessoas que nem nestes momentos de crise extrema conseguem agir digamos “fora da caixa”. Falo especificamente do caso de alguns funcionários públicos que ouvi esbravejarem que o governo tem que parar tudo, inclusive os transportes públicos. Mas eles esquecem que se esse seguimento parar, como é que as pessoas que trabalham nos serviços essenciais como hospitais, clinicas, farmácias, supermercados, delegacias de polícia, presídios, órgãos públicos envolvidos na gestão da crise e etc..., que em sua maioria não possuem transporte próprio, vão fazer para chegar aos seus locais de trabalho para atender a todos que precisem, inclusive a esses que falaram tal asneira, caso necessitem de atendimento médico hospitalar, ou simplesmente necessitem repor seus mantimentos. 

Talvez esse comportamento seja amparado pela fantasiosa segurança que eles tem em relação a garantia do recebimento de seus salários, o que os trabalhadores da inciativa privada e os autônomos não tem. Porém eles estão esquecendo que se a economia parar de fato, no máximo no terceiro ou quarto mês, dependendo da saúde financeira do ente federado (Governo Federal, Estado ou Município), a arrecadação estará de tal forma comprometida, pois estará sendo alimentada apenas pelas empresas que tem autorização especial para funcionar, assim como daquelas que podem fazer o chamado “trabalho em casa”, a venda pela internet ou o serviço de venda por entrega domiciliar (o delivery), mantendo assim algum faturamento, sem entretanto ser o bastante para manter a máquina do governo (o patrão dos funcionários públicos), em funcionamento sustentável a ponto de ter como honrar os salários dos seu servidores. Preciso ressaltar que eu também sou funcionário público há 34 anos, e no meu caso em particular estou duplamente preocupado, pois como não faço parte da pequena casta que ganha bons salários no serviço público, portanto sempre precisei e ainda hoje preciso complementar minha renda com uma atividade autônoma, que a princípio está com sua rentabilidade altamente comprometida, como muitas outras no nosso país em época de PANDEMIA.

Para finalizar essa breve resenha, devo externar a minha enorme indignação com o fato ocorrido na última semana. Tenho 56 anos de idade, ou seja, menos de 65 anos, porém na condição de diabético há mais de 7, 8 anos, sei lá ao certo, e apesar de estar gozando de boa saúde, graças ao bom Deus, pois estou medicado e com índices glicêmicos controlados, já que mantenho um acompanhamento médico regular, desde a descoberta desse inferno (DIABÉTES). Fui informado pela minha chefia que eu estava dispensado do trabalho por integrar um dos grupo de risco, em função da referida doença. Logo eu teria que providenciar um atestado ou laudo médico para enfim formalizar a minha dispensa do trabalho. Devo ressaltar que antes que eu pudesse solicitar tal dispensa ela me foi imposta pela instituição, fato que eu devo louvar, é claro. Mas voltando ao motivo real da minha contrariedade, ao ligar para a clínica onde sou atendido por uma médica endocrilogista há mais de 7 anos, ou seja, uma profissional que tem o meu histórico de tratamento, que pode acima de qualquer suspeita, atestar a existência da minha doença crônica, que infelizmente não tem cura. Queria EU não ter esse “privilégio” e estar trabalhando normalmente. Entretanto ao falar com a secretaria recebo a informação de que tenho que ir a clínica, pois a direção da mesma orientou seus médicos a só fornecer atestados e laudos na presença do paciente. Situação que me pareceu absolutamente irracional, sem nenhuma lógica, pois na minha “santíssima ignorância”, esse procedimento deveria ser rápido e sem a exigência da presença do paciente, pois trata-se da simples comprovação da existência da moléstia, e o documento poderia ser entregue a um portador do doente na própria secretaria da clínica, pois o mesmo só vai respaldar uma realidade que é facilmente comprovada no histórico de cada paciente, ou seja, que o mesmo é, infelizmente, portador da referida doença crônica, que não tem cura.

Devo ressaltar que, fui informado na minha última consulta com a mencionada médica, que já existe uma possibilidade de cura, ou “quase cura”, se é que essa afirmação pode ser considerada cientifica, trata-se de uma cirurgia bariátrica, para promover alterações no funcionamento do organismo do diabético, praticamente eliminando o controle via remédios. Mas isso é uma outra história, afinal é um processo muito agressivo e perigoso, e na minha modesta opinião, ainda esta em um estágio inicial, e até o momento não produziu grandes resultados práticos, portanto a priori não tem cura mesmo.

Além do mais se levarmos em consideração que a recomendação das secretarias de saúde pública em todos os níveis de governo é que as pessoas dos grupos considerados mais vulneráveis não saiam de casa, nem muito menos se dirijam a clinicas e hospitais sem haver a extrema necessidade, não tem sentido esse tipo de postura, certo? Resumindo dá pra entender uma MERDA dessas?


Rodolfo S Cerveira

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O FINAL DE ANO – O REVEILLON




Eis que chegamos a mais um Final de Ano, a mais um Reveillon. Sim a esta celebração tão difundida e exaustivamente comemorada mundo a fora. O primeiro povo a celebrar a festa da passagem do ano, teria sido o da Mesopotâmia, área que corresponde hoje a os territórios do Iraque, Kuwait, Síria e Turquia. Como eram povos que dependiam inteiramente da agricultura para sobreviver, eles celebravam o fim do inverno e o início da primavera, época que se iniciava a nova safra. Com isso, a festa de passagem dos mesopotâmicos não se dava na noite de 31 de dezembro, mas sim na noite dia 22 de março, data do início da primavera no Hemisfério Norte. Historicamente há diversos registros do que seria o pretenso começo da comemoração do ano novo ocidental, mas alguns historiadores apregoam a um decreto do imperador romano Júlio César, a fixação do 1º de janeiro como o “dia do ano novo” em 46 a. C. Outros dizem que foi a partir de 1582 – quando o calendário gregoriano passou a vigorar, adotado pelo papa Gregório 13 no lugar do calendário Juliano, que o primeiro dia do ano passou a ser o 1° de janeiro. Enfim não é o objetivo desta mensagem uma discussão histórica a respeito, por isso vou me ater ao termo especificamente. Réveillon que vem do termo francês réveiller, termo que surgiu no século 17, que significa “acordar”, logo foi feita uma analogia com a expressão - é o “despertar do ano” - e acabou pegando e foi popularizado mundo afora.

Minha relação com a festa do Reveillon, não é muito amistosa, talvez porque na minha lembrança sempre ficou mais latente o lado profano da data, ou seja, as festas propriamente ditas que quase sempre são regadas à muita comida e bebida, onde são cometidos exageros de toda ordem em nome da alegria, mas que algumas vezes acabam em situações indesejáveis, já que muitos acidentes e desastres historicamente acabam manchando a data.

Por outro lado o final de um ano e o consequente nascimento de um novo, assume um caráter sublime, em certo sentido até mágico, porque simboliza a possibilidade de uma nova chance, de um novo olhar e pensar sobre novas e velhas questões, da esperança de que poderemos SER e FAZER melhor, de conseguirmos de fato nos desenvolver como seres humanos, afinal não seria essa a verdadeira ESSÊNCIA do desabrochar de um novo ano.

Para nós DIABÉTICOS, não nos é dado o direito a relaxar e “cair” na tentação da comilança que a data normalmente nos propícia, logo só nos resta diminuir o prejuízo, ou seja, excessos menores proporcionam danos menores. É algo para se pensar, refletir e lembrar sempre, vcs não acham?

Um MARAVILHOSO 2020 pra todos, com muita Paz, Saúde, Amor e principalmente muita Sabedoria para viver intensamente o novo ano.

Rodolfo S Cerveira