O
ser humano tem se esforçado substancialmente no sentido de promover o aprimoramento
da teoria que diz que “O PIOR ÓDIO É O DOS OUTROS, E NÃO O SEU”. Na verdade, pode-se
entendê-la como uma metáfora que para nosso infortúnio, pode ser aplicada a
tudo e a todos, e a qualquer tempo, principalmente nos momentos de crise, seja
qual for sua origem e magnitude. O brasileiro em particular, que vive uma
intensa e profunda crise moral tanto no que tange ao indivíduo em particular,
como se considerarmos o espectro do coletivo, da sociedade como um todo. Onde
os valores intrínsecos de sua moral, estão sendo questionados, aviltados e até
certo ponto mutilados impiedosamente.
No
mundo de hoje, é muito comum observarmos pessoas que apontam o seu dedo
acusador na direção dos políticos, empresários e demais pessoas envolvidas em
transações espúrias, e defini-los sumariamente como, corruptos, ladrões, a pior
escória da nossa sociedade, é algo muito fácil e banal, pois são eles SIM, os
responsáveis pelo enorme ataque ao sagrado “RECURSO PÚBLICO”. Seriam estes tão
distantes e dispares dos que os apontam, será isso uma verdade incontestável.
De fato, é esse o sentido da mencionada teoria acima, ou seja, todos os que
apontam o dedo, de alguma forma ou em algum momento acabam cometendo pequenos
atos, que em sua essência são considerados sim, corrupções menores, mas ainda
assim “corrupção nua e crua”, portanto em certo grau acabam igualando seus atos
aos dos que foram apontados, afinal roubar um tostão não é o mesmo que roubar
um milhão? A moral da história não é rigorosamente a mesma? E o que é ainda
mais preocupante é que quase sempre nem se apercebem disso, se consideram indivíduos
acima de qualquer suspeita, sem pecados.
Antes
de correr o risco de provocar uma indignação total entre os que por acaso
estiverem lendo este breve Post, vou citar alguns exemplos de como isso se dá:
Quando alguém paga a um franelinha ou a um funcionário público para ter uma
vantagem, seja qual for a proporção; quando alguém fura uma fila de um banco ou
qualquer outro estabelecimento; quando o sujeito estaciona em uma vaga
preferencial de idoso ou deficiente; quando alguém se beneficia da extensão das
pensões dos militares ou de algum outro feudo do
funcionalismo público, onde estas excrecências ainda existem; quando em uma simples
controvérsia de trânsito, onde a maioria das pessoas considera sempre o outro,
o culpado; até mesmo quando alguém deixa de exercer uma vontade sua como casar
com o ser amado, porque se o fizer perderá o direito a uma pensão de seu pai, e
nesse caso esta de fato se beneficiando de um direito legal, mas será que o
aspecto moral não esta sendo aviltado, eis uma bela pergunta a ser respondida
por todos.
A
questão principal não é só atribuir ao outro a culpa de todos os seus males, de
todo o mal que pesa sobre a humanidade, mas reconhecer que todos tem que
participar dessa correção de rumos, ou seja, é uma mudança que tem que ser
feita de dentro para fora, do indivíduo para os outros e para o mundo e não o
inverso. Não adianta achar que o simples ato de votar melhor, com mais
responsabilidade é a tábua de salvação dos nossos problemas, que só esse fato
basta para mudar o estado de falência moral, a que estamos acometidos. É
preciso assumir uma postura mais positiva acerca do que vem a ser o papel de
cada um na sociedade. Portanto é nesses momentos de extrema vulnerabilidade que
precisamos reconhecer e reafirmar nossas bases morais e psíquicas, para não
sucumbirmos aos diversos ataques aos quais somos submetidos durante a nossa
caminhada.
Para
terminar devo ressaltar ainda que apesar deste espaço ter sido concebido para
falar de assuntos relacionados ao diabetes, acredito ser muito proveitoso
eventualmente abrir espaço para outros temas relevantes, que afinal fazem parte
da vida de todos nós, e dessa forma, influenciam diretamente no desenrolar
desta malfadada enfermidade.
Rodolfo
S Cerveira
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