terça-feira, 5 de junho de 2018

O TEMPO NA VIDA DE UM DIABÉTICO



            A noção de tempo e espaço é algo muito especial, literalmente surreal, e só para não perder a chance de fazer uma breve rima, irracional, afinal são grandezas, que por mais que o “ser humaninho” tente, ele não consegue e provavelmente jamais conseguirá ter controle sobre elas, sequer entendê-las de forma mais precisa e latente. Então o que dizer da maneira como esse ser encaminha a sua passagem por este plano, considerando em princípio a influência das mesmas nesse processo todo.

            Desde que nascemos nossa percepção das mencionadas grandezas é estabelecida de forma muito natural, até certo ponto alheia a nossa compreensão e vontade, mas quando vamos tomando consciência do quão importante elas são para nossas existências, do quanto se faz necessário desenvolver uma melhor compreensão e administração das mesmas, para que seus efeitos nos sejam mais favoráveis do que danosos.

            Ao crescermos, nos desenvolvermos, é certo que nem sempre é assim, pois há muita gente que cresce, mais não aumenta seus horizontes, suas perspectivas e nem muito menos sua visão, portanto literalmente “involuí”. Mas voltemos ao objeto deste breve post, no transcorrer de nossas existências vamos aprendendo a lidar com a volatilidade dessas duas grandezas, com sua complexidade e alcance, e quando conseguimos nos adestrar a ponto de absorver algum conhecimento que nos possibilite reconhecer e aproveitar as benesses que elas podem nos proporcionar, somos abençoados com o denominado BEM VIVER.

            A administração do tempo e do espaço na vida de um doente crônico, por exemplo de um diabético como EU, é ainda mais dramática e fundamental, pois o estabelecimento de metas e prioridades deve ser exercida ao extremo, maximizando o resultado do controle desses parâmetros, de forma que possa resultar em uma significativa melhora de sua qualidade de vida. Mesmo sabendo que se trata da manutenção e preservação de seu bem maior, sua saúde, de seu viver bem, não é algo tão simples como parece de ser implementado e principalmente de ser mantido e preservado, pois as tentações e desvios são inúmeros e quase sempre mais interessantes e mais prazerosos. É como se pode obsevar na linguagem da dramaturgia televisiva, o vilão é sempre mais interessante que o Mocinho, Será mesmo?

            De fato, pode-se até mesmo fazer um paralelo entre o desenrolar desse processo e uma guerra em que é preciso vencer as várias batalhas, para enfim ser declarado o grande vencedor da mesma. A grande questão é que, nesse caso as batalhas são diárias, intermináveis e intermitentes, em alguns casos repetidas vezes no mesmo dia, , e que exigem de cada um de nós muita determinação e sobriedade para não sucumbir as inúmeras perturbações advindas do exterior e também do íntimo de cada um de nós, principalmente quando se é um bom garfo, categoria na qual me incluo, digo melhor, aqueles que sempre comeram por impulso, com o olho, pode-se assim dizer “comem por esporte”, e não e tão somente com o “despertar e aviso” do estomago. Logo é preciso manter o foco em cada uma das batalhas diárias que travamos, em cada evento em que consigamos nos manter fiéis aos princípios e fundamentos do doente crônico comportado e comprometido com sua boa aventurança, algo que, pra ser bem sincero, se assemelha muito a uma verdadeira utopia. Pois trata-se de uma tarefa bastante árdua, mas que merece um hercúleo esforço para ser alcançada, afinal o prêmio é ter uma vida mais aprasível.


Rodolfo S Cerveira.