A noção de tempo e espaço é algo muito especial, literalmente
surreal, e só para não perder a chance de fazer uma breve rima, irracional,
afinal são grandezas, que por mais que o “ser humaninho” tente, ele não
consegue e provavelmente jamais conseguirá ter controle sobre elas, sequer
entendê-las de forma mais precisa e latente. Então o que dizer da maneira como
esse ser encaminha a sua passagem por este plano, considerando em princípio a
influência das mesmas nesse processo todo.
Desde que nascemos nossa percepção das mencionadas
grandezas é estabelecida de forma muito natural, até certo ponto alheia a nossa
compreensão e vontade, mas quando vamos tomando consciência do quão importante
elas são para nossas existências, do quanto se faz necessário desenvolver uma
melhor compreensão e administração das mesmas, para que seus efeitos nos sejam
mais favoráveis do que danosos.
Ao crescermos, nos desenvolvermos, é certo que nem sempre
é assim, pois há muita gente que cresce, mais não aumenta seus horizontes, suas
perspectivas e nem muito menos sua visão, portanto literalmente “involuí”. Mas
voltemos ao objeto deste breve post, no transcorrer de nossas existências vamos
aprendendo a lidar com a volatilidade dessas duas grandezas, com sua
complexidade e alcance, e quando conseguimos nos adestrar a ponto de absorver algum
conhecimento que nos possibilite reconhecer e aproveitar as benesses que elas
podem nos proporcionar, somos abençoados com o denominado BEM VIVER.
A administração do tempo e do espaço na vida de um doente
crônico, por exemplo de um diabético como EU, é ainda mais dramática e
fundamental, pois o estabelecimento de metas e prioridades deve ser exercida ao
extremo, maximizando o resultado do controle desses parâmetros, de forma que
possa resultar em uma significativa melhora de sua qualidade de vida. Mesmo
sabendo que se trata da manutenção e preservação de seu bem maior, sua saúde,
de seu viver bem, não é algo tão simples como parece de ser implementado e
principalmente de ser mantido e preservado, pois as tentações e desvios são inúmeros
e quase sempre mais interessantes e mais prazerosos. É como se pode obsevar na
linguagem da dramaturgia televisiva, o vilão é sempre mais interessante que o
Mocinho, Será mesmo?
De fato, pode-se até mesmo fazer um paralelo entre o
desenrolar desse processo e uma guerra em que é preciso vencer as várias
batalhas, para enfim ser declarado o grande vencedor da mesma. A grande questão
é que, nesse caso as batalhas são diárias, intermináveis e intermitentes, em
alguns casos repetidas vezes no mesmo dia, , e que exigem de cada um de nós muita
determinação e sobriedade para não sucumbir as inúmeras perturbações advindas
do exterior e também do íntimo de cada um de nós, principalmente quando se é um
bom garfo, categoria na qual me incluo, digo melhor, aqueles que sempre comeram
por impulso, com o olho, pode-se assim dizer “comem por esporte”, e não e tão
somente com o “despertar e aviso” do estomago. Logo é preciso manter o foco em
cada uma das batalhas diárias que travamos, em cada evento em que consigamos
nos manter fiéis aos princípios e fundamentos do doente crônico comportado e
comprometido com sua boa aventurança, algo que, pra ser bem sincero, se
assemelha muito a uma verdadeira utopia. Pois trata-se de uma tarefa bastante
árdua, mas que merece um hercúleo esforço para ser alcançada, afinal o prêmio é ter uma vida mais aprasível.
Rodolfo S Cerveira.